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Quem é que ouve o Congresso?

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Wilson dias/Agência Brasil/Divulgação

Sessão a sessão, a cena se repete: o parlamentar na tribuna do plenário no Congresso Nacional discursa para as demais excelências, distraídas com smartphones, computadores ou em conversas com seus pares. Discursos que parecem direcionados a uma plateia que não está ali. Arranjar o que fazer enquanto o outro fala parece protocolo entre os 513 deputados e 81 senadores em Brasília. Mas, quando o dono do discurso parece abandonado, um alento: alguém, ao menos, estará ouvindo atentamente cada palavra de seu discurso. Com você, o taquígrafo. Taqui o quê? O taquígrafo atua nos bastidores de sessões e comissões desde o surgimento da Câmara e do Senado, no início do século 19, transcrevendo tudo na íntegra. Ao vivo e à mão. Para isso usa um sistema de símbolos (taquigramas) que agiliza a produção. Uma média de 120 palavras por minuto.

Ao todo, 114 na Câmara e cem no Senado se revezam nas tarefas de taquigrafia, revisão e supervisão. Em poucos minutos, os discursos estão on-line. O resultado é que tudo o que aconteceu no Congresso está transcrito. Se não entre os 815 mil discursos disponíveis na internet, em alguma das 3,5 milhões de páginas dos anais do Congresso, na biblioteca da casa. “É uma maneira de escrever a história do país”, como diz Daisy Berquó, taquígrafa há 17 anos na Câmara dos Deputados. Uma história construída entre discursos e distrações de suas excelências. Tudo está lá. Por isso, parlamentares mais caprichosos consultam os próprios discursos transcritos e alteram quando acham necessário. Mas o que foi dito ao vivo, já era. Rádio e TV sempre gravam. Na dúvida, melhor caprichar sempre. Afinal de contas, ninguém quer aparecer mal na Voz do Brasil, às 19 horas de Brasília.


Faces do Kailash

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Arthur Veríssimo

Arthur Veríssimo já contou suas aventuras em diversos lugares do mundo para a Trip e acaba de lançar Gonzo!,livro onde reúne algumas das reportagens. Além disso, a partir do dia 11 de dezembro, expõe fotos de expedições ao Monte Kailash, no Tibet, em mostra na DOC Galeria (São Paulo). As viagens aconteceram em 2008 e 2014, quando foi acompanhado por seu filho João.

O jornalista e apresentador conta que a experiência teve um grande lado espiritual, sem que isso interferisse no prazer de se aventurar na peregrinação de 52 km. Ele, desde os 16 anos, estuda a religião oriental e sempre fez viagens que o levassem a aumentar este conhecimento. A montanha que dá nome à exposição é considerada como o centro do universo para budistas e morada de Shiva para os hindus.

As 25 fotografias estarão disponíveis para venda em tiragem máxima de cinco peças.

Vai lá: “Faces do Kailash”, de Arthur Veríssimo
Quando: Abertura dia 10 de dezembro às 19h30, visitação_de 11 à 24 de dezembro
Onde:DOC Galeria - Rua Aspicuelta, 662, Vila Madalena, São Paulo

Arthur Veríssimo

Arte impressa

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Divulgação

Obra a disponível na Feira Tristán

Obra a disponível na Feira Tristán

A Galeria Choque Cultural, especializada em arte urbana, realiza neste sábado a primeira edição da feira Tristán, de zines e arte impressa. O nome do evento é inspirado na maior feira a céu aberto do Uruguai – a Tristán Narvaja.

Com curadoria do artista Matias Picón, o evento vai apresentar a produção gráfica de coletivos e artistas de São Paulo, como o Coletivo Tridente, Cesar Trinca, Mauricio Rossi, Editora Acerca, Limbo Season, Thiago Cervan, Geovani Doratiotto, Diego Fernandes de Oliveira, Xoxu, Head Honcho e Printchoq da Choque.

A entrada é gratuita e além da exposição, será servido comidas veganas da chef Jéssica Juanita e, o curador Matias Picón assume a discotecagem da feira.

Vai lá: Feira de zines Tristán
Quando: Sábado, 13 de dezembro, das 14h às 20h
Onde: Rua Medeiros de Albuquerque, 250, Vila Madalena, São Paulo
Quanto: Grátis

Luz no fim do túnel

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Divulgação/Carol Quintanilha

Lucineide cuida dos painéis de energia solar em Juazeiro

Lucineide cuida dos painéis de energia solar em Juazeiro

Lucineide Silva faz a limpeza de painéis fotovoltaicos instalados nos tetos das casas de mil famílias que participam de um projeto piloto do programa Minha Casa Minha Vida em Juazeiro, Bahia. O excedente gerado nessa usina de energia solar é vendido e a renda é distribuída entre os moradores. Com o emprego, ela sustenta os oito filhos. “Eu já passei fome com eles. Agora trabalho com prazer”, conta. 

Divulgação/Carol Quintanilha

Crianças de aldeia indígena

Crianças de aldeia indígena

Lucineide é uma das personagens da minissérie Linhas, projeto do Greenpeace Brasil feito em parceria com a documentarista Eliza Capai e a fotógrafa Carol Quintanilha. São seis episódios disponíveis no site da ONG ambientalista, com dados, reflexões e relatos de moradores diretamente afetados por projetos como a usina de Belo Monte, no Pará, e a hidrelétrica Três Irmãos, no interior paulista. “A ideia é discutir a questão energética por meio de histórias de pessoas. Quisemos humanizar a discussão, em geral, muito técnica”, explica Bruno Weis, coordenador de comunicação do Greenpeace Brasil, que defende a multiplicação de projetos de energia limpa – solar, eólica e de biomassa –, como o de Juazeiro.

Lançado em dezembro, o último episódio da série foi gravado na Amazônia peruana. “Conversamos com a líder de uma comunidade indígena que conseguiu barrar o projeto de construção de uma hidrelétrica que forneceria energia para o Brasil”, conta Eliza. O plano da equipe é usar o material coletado nas viagens para um longa-metragem.

Vai lá linhas.minisserie.org.br

Divulgação/Carol Quintanilha

Obras da usina de Belo Monte

Obras da usina de Belo Monte

 

Baú da Trip #239

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Sílvia Winik/Acervo Trip

Foram quase duas décadas sem entrar no mar depois que um caldo deixou Taiu – um dos principais nomes do surf brasileiro na época – tetraplégico, em 1991. Quase: na edição de setembro de 2010, Trip acompanhou a volta do surfista ao seu habitat. “Eu era um exilado, 19 anos em cana. E agora reconquistei o feeling”, disse ele. Já em 1994, quando foi o entrevistado das Páginas Negras, três anos após o acidente, Taiu falava sobre a expectativa de voltar ao surf. O retorno veio com ajuda do big rider Jorge Pacelli e do shaper Neco Carbone, amigos de infância que o acompanhavam na água e que
ajudaram a projetar a prancha adaptada.

Vai lá bit.ly/BauTaiu

Arte datilografada

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Keira Rathbone

Quando Keira Rathbone comprou uma máquina de escrever, em 2003, e não encontrou palavras para pôr na página, resolveu usá-la para desenhar. “Me senti muito animada porque, de repente, a máquina se tornou adequada para alguém como eu, mais confiante com a expressão visual do que verbal”, conta. Letras, números, pontos e outros sinais de linguagem, nos dedos da inglesa, viram paisagens, retratos e objetos, como este gramofone ao lado. “Me anima torcer o significado pretendido do símbolo para expressar a minha visão, do meu próprio jeito.” Hoje proprietária de mais de 40 máquinas, Keira não curte desenhos feitos com caracteres em computadores: ela se mantém nas limitações do analógico e faz performances em que desenha ao vivo. Outras imagens da artista ilustram as colunas desta edição.

Vai lá keirarathbone.com

Pendura eterno

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Arquivo Pessoal

Mark Boyle quando viveu sem dinheiro, desfrutando de sua cozinha, lavanderia e quintal

Mark Boyle quando viveu sem dinheiro, desfrutando de sua cozinha, lavanderia e quintal

O dia foi cansativo e você quer beber uma cerveja, mas se dá conta de que está sem dinheiro. Não será problema no primeiro pub grátis da Grã-Bretanha. Construído numa antiga fazenda de criação de porcos na Irlanda, o An Teach Saor (“A casa livre”, em irlandês) oferecerá acomodação e cerveja caseira de graça. Os donos conseguiram 10.300 libras (R$ 40 mil) na internet para reformar a casa, que abre as portas no verão de 2015, e equipamentos. 

A fazenda estava falida e degradada quando foi comprada por um grupo de ecologistas e reaberta, em 2013. Hoje tem 700 árvores plantadas, pomar, colmeias naturais e criação de cogumelos, mantidos sob os princípios da “permacultura”, que cria ambientes e comunidades ecologicamente sustentáveis. Os alimentos são usados na casa ou oferecidos de graça aos visitantes e moradores da região. 

Depois de um ano de experiência, os donos lançaram no site de doações inglês Crowdfunder uma campanha para transformar a sede da fazenda em um pub. Além dos equipamentos para a produção de cerveja artesanal, a casa, antiga e feita de pedra, está sendo reformada e vai ganhar um bar, espaço para shows, leituras e palestras. Os visitantes poderão se hospedar, comer, beber e assistir aos eventos de graça. Em troca, são estimulados a retribuir com algum presente – jamais dinheiro. 

“Pode ser um tempo atrás do balcão do bar ou uma cover de mau gosto de ‘Hotel California’ no fim do dia. Você dá o que tiver para oferecer”, diz Mark Boyle, um dos donos. Conhecido na Inglaterra como “o homem sem dinheiro”, ele viveu sem nenhum tostão entre 2008 e 2010 e narra a experiência no livro O homem sem dinheiro – Vivendo um ano na economia livre. “Isso é um novo entendimento do que um negócio pode ser”, fala. 

O projeto quer provar que é possível levar adiante uma empresa sem o uso do dinheiro, como defendem os praticantes da economia livre, que rejeita o papel-moeda e propõe uma economia baseada em trocas e presentes.

Trip #239: Edição especial recomeço

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Reprodução

Trip #239 nas bancas: Guilherme Fontes e a Trip Girl Marina Filizola

Trip #239 nas bancas: Guilherme Fontes e a Trip Girl Marina Filizola


“Recomeço” é o tema que inspirou a edição #239 da revista Trip, que chega às bancas nesta semana. Uma mulher que retoma sua liberdade depois de inúmeras passagens pelo sistema carcerário; um rolê de stand up pelas águas do Pinheiros para denunciar o absurdo do descaso com nossos rios em plena seca; um ator que decidiu se tornar cineasta e tenta após 20 anos lançar seu filme -- no caso, o ator Guilherme Fontes que filmou Chatô, o rei do Brasil, inspirado na biografia de Fernando Morais.

Abaixo, um pequeno trecho da entrevista com Fontes. "Eu me sinto como um náufrago que, depois de anos e grandes tempestades, chega à costa carregando seu tesouro”, desabafa o ator/produtor que, para quem duvida, garante que vai lançar seu filme em breve.

 

Que grande lição você tirou dessa história toda, da filmagem do Chatô?

Jamais faria um filme sem o dinheiro todo na conta. Foi meu único problema. O dinheiro tem que estar 100% na conta. A lei permite usar mesmo que você não tenha 100%, isso está errado. Sair pra captar é legal e você envolve outros personagens no processo. Por outro lado, você coloca pessoas que não têm nada a ver com o processo pra decidir sobre o negócio. Tudo bem que você precisa de anunciantes, mas não pode condicionar à existência desses patrocinadores a obra cultural do país. As pessoas já estão começando a usar dinheiro próprio e esquecendo do incentivo.

O que podemos esperar do filme?

Estou encantado com o lançamento do Chatô. Acho que fizemos um grande trabalho. Como disse o Cacá Diegues, quando viu o material bruto: “É o último filme tropicalista do cinema brasileiro”. É uma grande homenagem ao cinema novo, ao modernismo, a tudo que admiro. Ao Fernando Morais pelo grande livro que escreveu. Não sei por que os figurões do cinema vieram me satanizar. Eu sou produtor pra brigar por mais espaços, mais empregos para a nossa classe. Fui até o fundo do poço por esse filme. Mas tinha mola lá embaixo. Valeu a pena.


Mudar é preciso

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Patrícia em uma aula de negócios na China e um cartaz em Berlim com a frase “liberdade = reconhecimento + transformação”

Patrícia em uma aula de negócios na China e um cartaz em Berlim com a frase “liberdade = reconhecimento + transformação”

Curva do tédio. O conceito vem do mundo corporativo, e diz algo importante. “Basicamente funciona como se fosse um pêndulo: a gente está sempre oscilando entre a vontade e o tédio”, explica a pesquisadora carioca Patrícia Cotton. O momento do tédio é quando você já satisfez sua curiosidade, ela diz, e chega a uma escolha incômoda: sair ou não da zona de conforto. Patrícia sentiu a tal curva nela mesma, antes de estudá-la, durante dez anos de carreira em grandes empresas como Globosat e PDG. “A cada dois ou três anos eu tinha um senso de urgência de mudar”, ela conta.

“Isso era muito cansativo. Então entendi que fazia mais sentido repensar tudo de uma forma mais profunda.” Ela fez duas coisas: foi estudar esse ímpeto por mudanças em um MBA na Berlin School of Creative Leadership, e resolveu mudar de vida, com “novas formas de morar, trabalhar, viver”. “Percebi que eu tinha uma necessidade de entender transformações, nos negócios e pessoais, em um lugar mais libertador do que livros de management”, afirma Patrícia, que viajou entrevistando CEOs, foi para China, Japão, um retiro budista na Alemanha e participou de reuniões dos alcoólicos anônimos. (“O AA é um dos programas de mudança mais eficientes do mundo”, diz.)

A pesquisa resultou na tese Upside Down Thinking: How to Systemize Audacious Change [Pensando de ponta cabeça: como sistematizar mudanças audaciosas], mas Patrícia não pensa em dar receitas. “Uma das coisas que descobri nas viagens foi o olhar oriental”, ela conta. “O ocidental é bem pragmático.” Como exemplo: John Kotter, professor de Harvard e criador de um sistema de oito passos para a mudança. “O oriental é mais complexo e profundo, o livro mais antigo que achei sobre o tema foi o I Ching, que significa ‘o livro das mutações’.” Mas não ache que Patrícia é, afinal, contra o tédio. Na nova fase — ela agora mora entre o Rio de Janeiro e a Alemanha —, vê a utilidade no sentimento. “Pode ser produtivo para expandir a inteligência e a criatividade. É um momento de invenção interessante.”

Histórias da escravidão

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reprodução

Provavelmente tudo o que você aprendeu na escola sobre a escravidão no Brasil está errado (ou incompleto, ou tendenciosamente mal-contado). É nessa lacuna que o aclamado “Cumbe” (2014), de Marcelo D’Salete, poeticamente se encaixa. Embora não seja nenhum iniciante - o autor tem no currículo “Noite Luz” (2008) e “Encruzilhada” (2011), Marcelo D’Salete ainda pode ser considerado uma das grandes revelações do quadrinhos nacional. Dono de um traço extremamente elegante, em “Cumbe”, o autor revisita a história de seus antepassados, africanos escravizados no Brasil.

Como quadrinho, "Cumbe" é recheado de cortes rápidos de câmera, planos abertos e close-ups coisa de roteiro pra cinema. O texto, econômico, se faz desnecessário diante da beleza criada a nanquim. As histórias contadas no livro, de resistência e insubmissão, focam em dramas pessoais, humanizando personagens que só estamos acostumados a ver em outras obras sobre o período como personagens secundários de histórias de personagens brancos. Revelando a necessidade de rever toda a historiografia do período escravocrata, sob a ótica negra. “Deixar essas narrativas apenas para que outros grupos contem sua versão dos fatos é uma violência simbólica enorme”, explica o autor.

cumbe-02 (1)


Trip conversou com D’Salete, que recusa o título de “cartunista negro”, como já foi chamado em outras resenhas. De fato, o artista merece ser aclamado como um dos maiores do cenário do quadrinho nacional da atualidade.

Porque Cumbe, para o título? O que ela significa, mais do que uma simples tradução de Sol.

Cumbe tem origem no quimbundo e significa sol, chama e fogo. A palavra também é usada para quilombos em alguns países da América Latina. Além disso, está relacionada a simbologia de antigos reis na região do Congo e Angola, expressando energia e força. Considerei o termo apropriado para o livro pois aproxima-se de força e resistência. Cumbe não é uma visão suavizada da escravidão no Brasil, é permeado de relações de desigualdade, violência, luta e insubmissão.  

Como foi sua pesquisa para Cumbe?

Inicialmente, surgiu a partir de pesquisas em 2006 sobre o Quilombo dos Palmares. Depois disso mergulhei em livros sobre escravidão no Brasil. Embora tenha lido muitas obras sobre escravidão em seu sentido mais estrutural, me interessei principalmente por relatos de casos envolvendo homens e mulheres escravizados que foram parar em registros policiais ou judiciais. Isso trouxe novas possibilidades de apresentar esse período nas histórias em quadrinhos a partir da perspectivas de personagens negros.  

De alguma forma a pesquisa mudou sua visão de si próprio (falando da questão racial, obviamente)?

Os meus trabalhos de quadrinhos, e principalmente o livro Cumbe, estão muito ligados as minhas leituras. Com certeza a pesquisa e produção de cada um deles alterou a minha percepção dos fatos. Meu interesse sobre cultura negra é antigo, tem origem na influência do rap e hip hop no final dos anos 1980. O livro Cumbe, nesse sentido, é fruto de discussões presentes desde minha adolescência. Vale dizer que a pesquisa sobre o período da escravidão acabou me mostrando que, apesar de toda movimentação da história, ainda permanecem muitas formas de exclusão próprias do período colonial em nosso país.  

A questão da miscigenação a base de estupro é mostrada em mais de uma história. Essa é uma questão central?

Essa é uma questão interessante. No período colonial, com a escravidão, a violência direta ou implícita contra a população negra era algo estrutural. Negros e brancos interagiam em condições desiguais, mesmo quando o negro fosse livre. A violência entre homens e mulheres foi ainda maior. No livro está presente a situação de estupro na história Malungo, mas também existe uma outra forma de relação mais ambígua em Sumidouro. Apesar disso, todas são formas que compreendem violência, já que não são pessoas em condições sociais de igualdade. Não diria que todas essas relações foram fruto de estupro, mas seria equivocado dizer que essa prática não era a principal forma de relação durante aquele período.  

A crítica costuma dizer que você é o melhor quadrinista negro da atualidade. Isso te incomoda? Tem um racismo implícito aí?

Não considero correto, quando falamos de artistas, resumir uma produção apenas em melhor ou pior. Sou um artista negro e sei que existem outros diversos artistas negros criando e produzindo obras. Cada um deles tem suas singularidades. O Maurício Pestana, por exemplo, tem um ótimo trabalho de charges. A sua crítica é direta e importante em explicitar o racismo brasileiro. Ele encontrou um caminho próprio. Precisamos de artistas negros em diversas áreas, pensando em sua história e em outras narrativas também.   

Se tem algo que precisa ser reescrito é a história da escravidão do Brasil, contada por brancos. Você como autor, se sente um pouco nessa missão de reverter isso?

Comecei a abordar esse tema nas minhas histórias porque considerava isso ausente de muitos trabalhos de quadrinhos. Foi um modo de fazer algo que gostaria de ver como leitor. Considero importante que autores negros possam refletir sobre sua história. Deixar essas narrativas apenas para que outros grupos contem sua versão dos fatos é uma violência simbólica enorme. Precisamos de novas perspectivas sobre a história e não é possível fazer isso excluindo parte da população que foi marginalizada. Esse foi um caminho que escolhi. No entanto, pretendo explorar mais temas para além desse universo.

 

+VAI LÁ:

Cumbe

Editora Veneta

R$ 29,90


 


Os incríveis discos soviéticos piratas

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József Hajdú

Se você vivesse do lado de lá da cortina de ferro soviética, mas curtia um som ocidental, banido pelo regime, você teria de apelar para a "bone music", pirataria de discos de vinil em chapas de raios-x, chamados na Russia de Ribs.

Os motivos para um artista ser banido eram os mais variados. O Van Halen por propaganda anti-soviética, o Kiss por neofascismo e violência, o Black Sabbath por obscurantismo religioso.

Hoje esses disquinhos chegam a valer 200 dólares na internet. Mas claro, se quiser escutar as gravações (Obviamente, de péssima qualidade), a gente te dá o link.


József Hajdú

 

(via: IdeaFixa / Fonte: X-Rayaudio)

Restam apenas 3 minutos para o armagedon, segundo o ''doomsday clock''

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Há 70 anos um relógio faz a contagem regressiva para o fim do mundo. E, a partir de hoje, estamos a 3 minutos do fim dos tempos, por conta do agravamento das mudanças climáticas, a escalada nuclear, o radicalismo religioso e o terrorismo

O relógio do apocalipse foi iniciado em 1947, durante a Guerra Fria, e marcava sete minutos para a meia-noite, hora que representa o armagedon. De lá pra cá, o marcador sofreu ajustes pra frente ou pra trás, dependendo do humor político mundial - e da perspectiva de uma guerra nuclear. 

Reprodução

Ícone pop: o Relógio do Apocalipse no filme Watchmen (inspirado na obra-prima dos quadrinhos)

Ícone pop: o Relógio do Apocalipse no filme Watchmen (inspirado na obra-prima dos quadrinhos)


O período mais distante da meia-noite, foi no início dos anos 1990, após a queda do Muro de Berlim. Desde então, estamos cada vez mais próximos das meia-noite. 

O relógio surgiu para ilustrar a capa de uma edição da revista Bulletin of the Atomic Scientists, da Universidade de Chicago, uma publicação criada pelos físicos que integraram o Projeto Manhattan. O ajuste das horas é relativamente arbitrário, feito pela diretoria da publicação, e nem sempre dá conta de refletir o real perigo que o mundo se encontra. Por exemplo, durante a crise dos mísseis de cuba, em 1963, não acertaram o relógio - Justamente o evento que mais nos aproximou da aniquilação final.

 

reprodução/wikipedia

E você? Como pretende gastar seus 3 minutos finais?

Significado de tatuagens: ficha criminal na pele

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No sistema carcerário, tatuagens são muito mais do que mera decoração corporal. É um código, que outros bandidos (e claro, policiais) sabem ler. Papa-Léguas, Saci Pererê, magos, palhaços, carpas e teias de aranha podem representar a ficha do tatuado.

Há 10 anos, o capitão da Polícia Militar da Bahia, Alden dos Santos começou a compilar imagens de tattoos que circulam em delegacias, penitenciárias, IMLs, jornais e redes sociais. Daí, passou a cruzar os dados: os desenhos mais comuns e os crimes cometidos. O estudo está disponível na internet, já foi baixado por mais de 1 milhão de pessoas e hoje adotada oficialmente como apoio a investigações da PM da Bahia.

Em entrevista à BBC Brasil, o capitão Alden defende que o objetivo não é discriminar pessoas tatuadas: “Isso seria discriminar o próprio ser humano, que há muito tempo usa tatuagens como forma de expressão”. 

(Fonte: BBC Brasil)

Lurdez da Luz e Karol Conká no Trip TV

O cinema como ferramenta de transformação social

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"Nada é mais transformador e impactante do que um bom filme", diz Carolina Pasquali, diretora de comunicação do Alana, uma organização que trabalha para encontrar caminhos transformadores para as novas gerações.

Alana, em companhia de Maria Farinha Filmes, criaram o projeto VideoCamp, uma plataforma global que reúne filmes que inspiram as pessoas. Com temas engajadores e educacionais, o projeto oferece a experiência completa de assistir, compartilhar e fazer parte diretamente do movimento proposto por cada filme.

O VideoCamp foi lançado neste domingo (15/3) no festival SXSW, em Austin, com o objetivo de usar o cinema para mudar o mundo.

Saiba mais informações sobre o projeto no site oficial.

(Este post foi originalmente publicado no Update or Die durante o SXSW 2015. Também participam desta cobertura o Santander, o Twitter Brasil, a APEX, a produtora de áudio LuchaLibre e a Trip, que uniram forças para amplificar o alcance desse conteúdo)


Henrique Fogaça, Sharon Azulay, calistenia e o ensaio da Trip Girl Ariane Monticeli no Trip TV #34

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No Trip TV desta semana mostramos a conversa franca com o apresentador do programa Masterchef, da Band, Henrique Fogaça no Trip FM. Um dos mais badalados e comentados chefs de cozinha do momento, ele fala do hype da profissão e das dificuldades de comandar o programa: "Eu não faço personagem, não sou ator de novela".

Também nesta edição, fomos até até a sede da BlueMan, uma das maiores e mais representativas marcas de moda praia do país, para conversar com a diretora criativa da companhia, Sharon Azulay. Herdeira do fundador da empresa, David Azulay, Sharon conta como foi superar a morte do pai, fala sobre as origens da marca, que inventou o hoje mundialmente famoso biquíni de lacinho, e revela como foi emagrecer mais de 50 quilos.

E ainda nesse programa: direto do topo da Europa, o repórter especial Luís Roberto Formiga te leva para uma sessão épica de snowboard. Você vai conhecer a Calistenia, prática esportiva que mistura exercícios na barra com abdominais e flexões para tonificar o corpo.

E um ensaio sensual com a ex-aeromoça e atual recordista brasileira de triatlon Ironman, Ariane Monticelli.

Trip TV passa toda semana na madruga de quinta para sexta na Band, com reprises às terças na mesma faixa de horário da semana seguinte. Logo após a exibição na TV o programa completo é liberado aqui no site e em nosso YouTube. Inscreva-se para receber todas as novidades.

Ana Moser, Negra Li, Tata Amaral e canoa havaiana no Trip TV #36

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Reprodução/Trip TV

Para Nossa Alegria

Os irmãos de Para Nossa Alegria estão no programa desta semana

Ela é um dos maiores símbolos do vôlei feminino nacional e liderava o ataque da equipe que trouxe a primeira medalha olímpica para o Brasil nesse esporte, um bronze nos jogos de Atlanta, em 1996. No programa desta semana conversamos com Ana Moser sobre carreira, aposentadoria e recomeços.

"Memes"... "Virais"... O que são, de onde vêm, do que se alimentam e como se reproduzem? Pra entender esses estranhos fenômenos da internet conversamos com Bia Granja, cofundadora da plataforma YouPix, e com os protagonistas de dois dos maiores virais da rede brasileira: "Para nossa alegria" e "Maconheira do Enem".

Ainda nesta edição

Duas conversas com mulheres incríveis. Tata Amaral, uma das mais premiadas cineastas brasileiras da atualidade falando sobre produção audiovisual no país, e a a cantora Negra Li abre o verbo sobre cotas raciais e preconceito.

E em nossa matéria esportiva da semana, você vai conhecer mais sobre a canoa havaiana com um dos grandes campeões dessa modalidade aqui no Brasil, Sérgio Prieto.

(O programa estará disponível no player acima após a exibição na TV)

Transform Your City: o legado da Zona Norte de Sampa

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Marcello Mattina

 

O movimento Transform Your City - uma inicia­tiva da vodka sueca Absolut –, que promove a quebra das barreiras culturais criadas pela sociedade e incentiva coletivos culturais a criar intervenções que deixem um legado para cada região da cidade de São Paulo.O projeto reuniu 4 convidados e iniciativas culturais locais de cada uma das zonas da cidade para trocaram experiências dentro de temas relevantes para a região. O resultado destas interações será visto em um grande evento no centro da cidade que unirá as 4 zonas, para mostrar o que de mais especial estes coletivos criaram juntos.

Marcello Mattina

A Zona Norte, terra das escolas de samba e dos adereços, ficou responsável pela estética do grande evento. O coletivo Bijari, formado por arquitetos e designers, que realiza intervenções e projetos de mobilidade e transformação urbana, somou sua sabedoria à escola de samba Acadêmicos de São Jorge e ao coletivo de arte de rua C.I.C.A.S., ambos influentes na região da Vila Guilherme.

Suas conversas convergiram na criação de um carro alegórico versátil, conectado e bonito, que será utilizado tanto na grande celebração como pelas ruas do bairro para intervenções. A estrutura de 6 metros de altura é capaz de gravar, reproduzir e projetar áudio e vídeo, além da mobilidade verde, por ser desmontável e carregado com energia solar.

A obra final está em confecção e será apresentada aos cidadãos paulistanos no evento que será realizado no sábado, dia 18.

Saiba mais sobre o projeto em facebook.com/AbsolutBrasil e veja na galeria momentos de um dos encontros.

Erasmo Carlos, Rico de Souza, Nash Laila e Maewe Jenkins no Trip TV #37

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Conversamos com um dos maiores cantores e compositores brasileiros de todos os tempos, Erasmo Carlos. Em plena atividade aos 73 anos, Erasmo faturou no ano passado o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro, batendo as bandas Titãs, O Rappa, Charlie Brown Jr. e o Nando Reis.

Nesse papo com o programa, ele fala sobre esse prêmio e também sobre música, aposentadoria, Tim Maia, maconha e sobre os haters da internet: "Me chamavam de zumbi, morto-vivo... Diziam que se eu levantasse as mãos pro céu Deus me puxava. Eu fiquei revoltado e fiz uma música".

"Surf é coisa de rico"

Rico de Souza é um ícone do surf brasileiro e sua trajetória no esporte se confunde com a própria história do surf profissional no país. E essas duas histórias, entrelaçadas, são contadas no filme Surfar é coisa de rico. Pra saber mais sobre esse documentário, a gente conversou essa semana com o diretor do filme, Guga Sander, e com a própria lenda, Rico de Souza: "A coisa mais legal não foram os campeonatos que eu ganhei, mas os amigos que eu fiz nos quatro cantos do mundo".

E ainda nesta edição: um papo sobre sexualidade, feminismo e cinema com as atrizes do filme "Amor, plástico e barulho", Nash Laila e Maewe Jenkins. E uma inusitada combinação de xadrez e hip-hop do grupo Xemalami.

Uma história de amor entre uma arquiteta e uma praça

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Apaixonada pela cidade, uma arquiteta resolveu casar na praça que está ajudando a revitalizar. Laura Sobral, de 30 anos, criou o movimento A Batata Precisa de Você — coletivo que se encontra semanalmente no Largo da Batata, em São Paulo.

Eles fazem oficinas culturais como de jardinagem, montagem de mobiliário urbano com material reutilizável, leituraços e discussões sobre a ocupação de espaço público. Em entrevista para a Tpm, ela falou da história do projeto, que nasceu em janeiro de 2014.

Assista ao vídeo:

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