Uma lista com os artistas mais inovadores na internet em 2013

A internet já é maior de idade faz tempo, mas ainda tem gente que engatinha nela. Alguns músicos, ao contrário, sabem muito bem o que fazem e exploram cada vez mais os caminhos abertos pela web. No ano em que o streaming foi um dos responsáveis por um novo fôlego na indústria musical, artistas provam que dá para fazer muito mais que disponibilizar canções em formato digital. Abaixo, elencamos alguns desses nomes.

Daft Punk

Em 2013, ninguém usou tanto a rede a seu favor quanto o duo francês. Como? Investindo em ações fora dela. Um outdoor na cidade criou um frisson na blogosfera de música. Pequenos comerciais da faixa-single na TV deram em remixes na rede. Um vídeo menor ainda no festival Coachella foi replicado diversas vezes no YouTube. O resultado disso tudo foi um efeito cascata que alçou “Daft Punk” a termo mais buscado no Google na data de lançamento do disco “Random Access Memories”. Para entender de tecnologia assim só sendo robôs.

Boards of Canada

Outro duo de música eletrônica, outro bom equilíbrio entre mundo real e virtual. Os escoceses do Boards of Canada estavam num hiato tão longo quanto os amigos franceses e sua volta por si só já causaria barulho na rede. A música deles, no entanto, é um pouco menos digerível que as faixas de Random Access Memories. Tudo bem condizente com o verdadeiro quebra-cabeça criado por eles para divulgar seu novo álbum, “Tomorrow Harvest”. As peças incluíam um disco de vinil, trechos de músicas no Soundcloud, linhas de programação e até um comercial no canal de TV infantil Cartoon Network. Nos fóruns, os fãs se desdobraram para montar uma senha que deu acesso ao álbum na internet.

Metronomy

A sacada do quarteto britânico foi tão simples quanto inovadora. Para divulgar sua nova música, a banda lançou um aplicativo que, na data e hora marcada, botava o som para tocar. Além de baixar o software específico, o usuário teve de apontar seu smartphone para um lugar especial do espaço: a constelação de Aquário, grupo celeste que dá nome à nova canção do grupo, “Aquarius”.

Bob Dylan

Um clipe do maior cronista musical dos Estados Unidos já satisfaria muita gente. Em vez disso, Dylan resolveu entregar 16 clipes da mesma música. A faixa escolhida foi o clássico atemporal “Like a Rolling Stone”, tocado numa única vez, mas dublado por várias pessoas (e até personagem de animação) em um único aplicativo que simula uma televisão e seus vários canais. E o refrão “How does it feel?” ganhou outras cores.

Pharrell

Ele já tinha despontado no vácuo do Daft Punk em 2013, mas isso não foi suficiente. Ele queria mais. Quem sabe um dia inteiro de exposição? Essa é a ideia do clipe da música “Happy”. São 24 horas de repetição da mesma canção dublada por várias pessoas em vários lugares e, claramente, em vários horários do dia. O próprio Pharrel dá as caras no experimento ao menos uma vez a cada hora do dia. É muita felicidade.

The Moones

Outros que entraram na onda da interação online foram os britânicos do Moones. Menos sofisticado, mas mais fanfarrão que Dylan, o grupo montou um clipe no YouTube em que é possível escolher em qual estágio alcoólico seus integrantes tocariam a música “Better Energy”. Também pode-se selecionar uma entre quatro câmeras para assistir ao show. Mas engraçado mesmo é ver os caras fazendo um som após 80 cervejas.

Tom Zé

O baiano que estudou a bossa e o samba resolveu estudar o Facebook. Tudo por causa da inquisição virtual instalada na rede após o artista ter emprestado sua voz para uma campanha publicitária da Coca-Cola. Alfinetaram o baiano com críticas e, em posse delas, Tom Zé fez arte. Em abril, juntou-se a jovens artistas da música paulistana como Trupe Chá de Boldo e Tatá Aeroplano e lançou o disco “Tribunal do Feicibuqui”

Gang do Eletro

Acostumados a pirotecnias tecnológicas, a Gang do Eletro resolveu investir tanto nas redes sociais quanto nas lâmpadas de LEDs e tinta fluorescente do figurino. A banda lançou clipe na rede, transmitiu show ao vivo na internet, disponibilizou o álbum na íntegra para download, manteve o Instagram atualizado e tentou até virar meme, com imagens biográficas para seus integrantes. Numa dessas Marcos Maderito teve estampado de vez o apelido “garoto alucinado”.

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